terça-feira, 24 de novembro de 2015

A INFLUÊNCIA DE MARX NA EDUCAÇÃO

A DIALÉTICA DE HEGEL A MARX


 Por que, afinal, Marx é tão importante e controverso?

Será que suas ideias continuam atuais?

Marx escreveu a célebre frase: "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de várias formas; cabe transformá-lo". 

Por mais de 50 anos, o mundo esteve dividido em dois antagônicos blocos políticos e econômicos, um capitalista e outro socialista.

Nas mãos de políticos e estudiosos marxistas, o pensamento de Marx converteu-se em doutrina que, ainda hoje, orienta partidos políticos no Brasil, como o PCdoB e o PSOL, e movimentos sindicais e populares, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra).

Mas, em sua maior parte, a doutrina marxista é de "segunda mão", ou seja, originária de interpretações dadas por dirigentes soviéticos como Lênin, Trotsky e Stálin, ou o chinês Mao Tsé-Tung. Poucos, na verdade, se aventuraram a desbravar a obra de Marx, que trouxe contribuições originais para a filosofia, a sociologia, a economia política e a história.



A teoria da dialética de Marx.

Método dialético
 Para os filósofos gregos, dialética era a arte do diálogo. 
Para Hegel, dialética é uma forma de pensar a realidade em constante mudança por meio de termos contrários que dão origem a um terceiro, que os concilia.

A dialética compõe-se, assim, de três termos:

·         tese;
·         antítese e
·         síntese.


Tese (A) é uma afirmação; 
antítese (B), é uma afirmação contrária, e 
síntese(C), como o nome indica, é o resultado da síntese entre as duas primeiras.


A síntese supera a tese e a antítese (portanto, é algo de natureza diferente), ao mesmo tempo em que conserva elementos das duas e conduz a discussão, nesse processo, a um grau mais elevado. E, na sequência, dá origem a uma nova tese, que inicia novamente o ciclo.

Por exemplo, eu tenho uma ideia a respeito de algo, é minha tese (A):

-"Países com climas quentes são melhores para se viver".

Meu interlocutor não concorda e contra-argumenta:

-"Não, são países com climas frios que são melhores para se viver".

Esta é a antítese (B).

Depois de alguma discussão, chegamos a uma conclusão - a síntese (C):

-"Países com climas amenos são mais agradáveis para se morar."

Pode parecer bobagem, mas é justamente assim que, em nosso cotidiano, usamos a dialética mesmo sem o saber, toda vez que conciliamos ideias opostas - em casa, no trabalho, na comunidade, etc. - em assuntos diversos. E é por isso que nos jornais que lemos costumamos encontrar ao menos dois pontos de vistas divergentes sobre um determinado tema, para que possamos fazer uma síntese do que de melhor cada um deles nos apresenta.

A originalidade de Hegel foi fazer desta lógica dialética uma lógica do ser, isto é, que rege o próprio modo de ser das coisas que, para ele, é um perpétuo vir-a-ser, um realizar-se contínuo.

Assim, também, a própria história, em que o Estado moderno seria a síntese de interesses em conflito entre família e sociedade civil, segundo Hegel.

Ditadura do proletariado 


Marx achava que a dialética de Hegel estava de "cabeça para baixo" e era preciso corrigi-la. Isso porque Hegel, grosso modo, era idealista, isto é, via a Razão como determinante da realidade objetiva, enquanto Marx era materialista e pensava justamente o contrário: que era o mundo material que condicionava a ideia que fazíamos dele. Por isso, ele desenvolveu uma interpretação que ficou conhecida como materialismo dialético.

O que Marx trouxe de original foi uma análise dialética das relações sociais e econômicas (as bases materiais e concretas da sociedade) que formavam uma estrutura que explicava fatos históricos e culturais.

Diferente de Hegel, ele escrevia em meio à Revolução Industrial, em que uma massa de trabalhadores vivia em condições deploráveis nas grandes cidades, o que estimulava o crescimento de movimentos socialistas e anarquistas em toda a Europa.

sociedade capitalista, segundo Marx, funcionava com base no antagonismo entre duas classes: a burguesia, que detinha os modos de produção (fábricas, empresas, terras, comércio, etc.), e o proletariado, trabalhadores que vendiam sua força de trabalho.

Na dialética marxista, a burguesia seria a tese - e o proletariado, sua antítese. A síntese seria a superação da sociedade de classes por uma sem classes, o comunismo.

As crises do capitalismo, então, decorreriam dos conflitos entre burguesia e proletariado, e seriam o prenúncio de uma superação dialética da economia política.

Ao assumirem seu papel histórico e dialético, os trabalhadores instituiriam, no lugar do sistema capitalista, a ditadura do proletariado, que seria um Estado provisório a ser superado pelo comunismo. Na prática, no entanto, a ditadura do proletariado não passou de... ditadura.


Marx, hoje 

Apesar da sociedade comunista não ter advindo, em parte porque os trabalhadores constituíram uma nova classe, a classe média, e vivem mais preocupados em conseguir um bom emprego, casa, carro e luxos da vida moderna, as teorias de Marx preservam muito de sua força.

Toda vez que achamos que alguma coisa está errada em uma sociedade em que uma minoria tem muito dinheiro e a maior parte da população vive em dificuldade, e que os sonhos de consumo nos tornam apenas mais vazios, estamos pensando na companhia de Marx.

O que ler 

A obra mais importante de Karl Marx é O Capital (Editora Civilização Brasileira, em 3 tomos). Porém, por se tratar de um livro difícil para pessoas não-treinadas em economia, seria melhor começar pelo Manifesto Comunista, escrito em parceria com Engels. A coleção Os Pensadores traz uma coletânea de textos do autor. Sobre dialética, leiam O que é dialética (Brasiliense), de Leandro Konder.

Extraído do artigo:

Marx - Teoria da Dialética: Contribuição original à filosofia de Hegel, do jornalista: José Renato Salatiel

Para ler o artigo completo, acesse: 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/marx---teoria-da-dialetica-contribuicao-original-a-filosofia-de-hegel.htm


A INFLUÊNCIA DE MARX NA EDUCAÇÃO
Roberto Giancaterino*
“O trabalho de um homem perpetua quando atravessa os tempos”.

RESUMO Educar é um desafio social. Assim sendo, esta prática pode tornar-se um instrumento mobilizador para com a situação atual em que vive a população ou ainda ser um meio de alienação. Convém ressaltar, que são inúmeros os interesses políticos, sociais e econômicos que coordenam toda a ação pedagógica e fazem da educação sinônimo de acomodação. Criticar ou contradizer qualquer que seja o trabalho político desenvolvido é motivo de repressão, de anarquia e/ou vandalismo. Ao povo é preciso aceitar a situação de pobreza, dominação e exploração, opor-se é ser revolucionário. Portanto, é preciso que o homem cidadão busque no seu passado um princípio filosófico de vida para que assim seja capaz de refletir a atualidade. 


Palavras-chave: Educação, Filosofia, Filosofia de Marx, Sociedade, Professor. 
Leia o artigo completo:

KARL MARX E A EDUCAÇÃO

Em uma de suas Teses sobre Feuerbach, Marx (1845) mais precisamente na terceira tese, que algumas vertentes da doutrina materialista erroneamente entendem que os homens são produtos das circunstâncias e da educação. Dessa forma, segundo essa concepção, é necessário transformar as circunstâncias para só depois transformar os homens. Marx discorda totalmente dessa idéia, afirmando justamente o contrário, para ele são os homens que transformam as circunstâncias e, por isso, é necessário primeiro mudar os homens e sua consciência para só depois mudar as circunstâncias.
Na décima primeira tese a Feuerbach, Marx argumenta que "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; mas o que importa é transformá-lo". Desta forma ele critica uma postura contemplativa da filosofia, que apenas observava e nunca intervinha na realidade. Para Marx, é necessário que se estabeleça uma prática revolucionária, uma teoria viva, que passa a existir a partir da prática concreta, da luta, da revolução. Em suma, “o indivíduo exerce o principal papel na construção da nova sociedade e, consequentemente, numa dimensão dialética, de um novo homem” (Pensadores Sociais e História da Educação – 2008).
Por essa forma, podemos afirmar, com base nesses princípios, que Marx propõe uma prática educacional transformadora, onde a escola teria basicamente um duplo papel: 1°- Desmascarar todas as relações sociais (relações de dominação e exploração) estabelecidas pelo capitalismo no âmbito da sociedade, tornando cada indivíduo consciente da realidade social na qual ele está inserido; 2° - Militar pela abolição das desigualdades sociais, pelo fim da dominação e exploração de uma classe sobre outra; Por último, pela transformação da sociedade.
Podemos dizer que infelizmente, os princípios estabelecidos por Marx não tem sido utilizados, uma vez que o modelo de educação que temos no Brasil é altamente exclusivo, discriminatório, onde só os indivíduos da classe dominante têm reais chances de alcançar uma melhor posição social no interior de seu grupo.



A EDUCAÇÃO E O ENSINO EM MARX E ENGELS: O CASO DA ESCOLA POPULAR OROCÍLIO MARTINS GONÇALVES 

Alexandre Marinho Pimenta


RESUMO

O presente artigo estuda aspectos fundamentais relacionados à análise da educação e ensino na sociedade capitalista, na visão de Marx e Engels, buscando compreender melhor o fenômeno da educação popular. Para isso, retoma algumas obras e textos clássicos do marxismo e realiza um estudo de caso da Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves (EPOMG), organização educativa e cultural, localizada em Minas Gerais. O artigo analisa a proposta política da EPOMG, a produção dos alunos, a partir da análise documental, representando fase de pesquisa de natureza exploratória. A escola objeto da análise funda-se em pressupostos marxista e a análise do caso é recortada com textos de Marx e Engels sobre a educação, ciência, ensino, trabalho, classe e, também, autores mais contemporâneos, precisando assim o caráter de reprodução social da escola oficial e a especificidade da escola popular. Ao final, o texto levanta algumas problematizações tendo em vista pesquisas futuras. 

Palavras-chave: Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves. Marx. Engels. Ensino. Educação.

Lendo o artigo completo:








3 comentários:



  1. Para Karl Marx, a educação é um objeto de pesquisa que está enserida numa sociedade com luta de classes.

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  2. Por Rafael de Lima Santos do curso de Matemática 1° período:
    As leituras de Karl Marx faz a gente refletir sobre como os problemas acontecem, as injustiças existem desde muito tempo e ter uma visão ampla e importante. Por isso Marx está na atualidade ajudando a entender por que ela se constituiu assim. E como lidar com essas lutas diárias.

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  3. Por Ariane Costa curso Letras-Portugues-Fraces 1ºperiodo
    Para Karl Marx, a educação é um objeto de pesquisa que está inserida numa sociedade com luta de classes. Antes de tudo é importante destacar que ele não elaborou uma teoria da educação, não se dedicou sobre o tema como Rousseau, Durkheim, Vigotsky, Bourdieu, dentre outros. No entanto, sua obra nos legou alguns princípios importantes que devem ser levados em conta, quando quisermos estabelecer uma prática educacional transformadora do contexto social no qual estamos inseridos, o tão famigerado capitalismo.

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